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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Maio


De repente, muito se tem a dizer, mas não se sabe como! Confesso: é novidade para mim. Sempre cri quando Flaubert escreveu que podemos ser perfeitamente exatos em tudo que quisermos expressar por meio das palavras; porém, fico escavando as construções do étimo, em busca de me introduzir. Então, as amigas palavras me correspondem, mostrando-me a maneira mais simples de se iniciar uma conversa: contando as novidades.

Entendam-me, caros: não pretendo ser monótono como as tradicionais conversações. Acontece que eu tenho coisas novas a contar, que há tempos aguardavam para serem expostas. Aqui não há engano; embora de muito tempo, são jovenzinhas que se protegiam num casulo (para ninguém tirar na hora errada).

Na cidade vizinha tem coisa linda. Tem endereço novo para destinatário, tem sorvete e tem telefonema de longa duração. Na rua dá para ver criança que sorri e criança que não sorri, mas que está lá, e, só de estar, nos faz sorrir. Tem praça com movimento e tem casa que é esconderijo. Tem horas que passam e anos que passam... Tem profundidade.

E quando eu não esperava, os anos me trazem essas novidades! O ano me traz novidade! A vida me traz novidade! Alguém bastante Alto me traz novidade! Todas as novidades que chegam foram muito pacientes. Vinham se programando para aparecer, planejando sem ninguém saber desde os dias em que a gente nem sabe contar as novidades – e pergunta mesmo assim.

Há quem diga que uns passarinhos não foram para o sul este ano, até ver o que anda acontecendo de novo. “Mas os cartolas dirão que não é tempo de lirismo.”¹ Se é assim, minhas sinceras desculpas por desmenti-los! Por aqui, não sei falar de outro jeito – ainda mais agora, que tenho todos os motivos do mundo para tanto. Poderão, quem sabe, ver-me sendo coeso e métrico nos jornais, contudo, neste espaço, livremente falarei
paragrafando como eu quiser.

O amor se fortifica numa cidade tão fértil quanto segura.²


¹ Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo, 2006, p. 178
² O Livro dos Juízes. Capítulo 18, versículos 7, 10. In: Bíblia Sagrada: nova versão internacional. São Paulo, Vida.




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