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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sopro

O vento que silva suave passa pelos meus ouvidos e cochicha: livre!

E assim como um dia anunciei um sentimento tão doce, devo anunciar hoje que o que o vento assobiou é verdade. Estou livre da dolorosa graça de um amor infame e sincero. E a sensação é ótima! De andar nas ruas e saber que te ver não é mais necessário para colorir o meu dia. E, mesmo que eu te veja, não me sentirei melhor ou pior. Tua presença não mais faz diferença. Pois é fato que tua imagem não me causa arrepios encontrei uma nova velha casa onde guardo meus abraços.

Fui liberto da discrepância dos nossos corações, moça, daqui pra nunca mais. Dou-te até logo, já que as horas futuras são desconhecidas. Contudo, não te espero. Vai voando, porque eu estou flutuando! E mais alto do que tu em teus anseios; leve, afinal não carrego nas costas a vontade de te fazer feliz. Esse desejo já findou, a flor perdeu o cheiro e tua face toda não possui mais rubor. É uma pena não teres querido meus afagos tão ternos, perdeste a graça de flutuar comigo. Segue tua senda sem mim, sabendo que em mim já não há o querer – não por ti.

Sorrio em plenitude, e dentro de mim a alegria é incessante!

domingo, 23 de outubro de 2011

Peço mais pacotes de ternura

Eu gosto de gente que deixa pistas. Que, com sutileza, pensa que fica no “quase”. Contudo, consegue aquilo que deseja. Sem evidenciar tudo, sem deixar na cara o que quer alcançar e onde quer chegar. Deixando o suficiente - suas pistas - e a boa sorte para aqueles que conseguirem interpretá-las. Eu não gosto de gente muito óbvia.

Eu gosto de gente sincera e decidida. Gente que, mesmo com medo, sabe e demonstra o que quer. Mesmo sem saber porque quer, sem saber ao certo o motivo daquele desejo ter surgido, tenta explicar, tenta expor. De quem se esforça pra esclarecer algo aparentemente impossível. Eu não gosto de gente que deixa os outros pensarem sozinhos, que não dá nenhuma luz.

Eu gosto de gente que tem coragem. Que arrisca, mesmo em meio às dúvidas. Gente que sabe que elas só serão respondidas através da insistência e da teimosia. Gente que é teimosa e insiste em ser feliz. Gente que é movida por amor, que tem força acumulada de tanta fraqueza vivida tempos atrás. Eu não gosto de gente assustada com o que existe no depois. O que nos pertence é o antes e o agora. O depois não é nosso, é d’Ele.

Eu gosto de gente altruísta. Gente que pensa no outro, que sabe o que é melhor pra si, mas adapta o seu querer para o bem estar de alguém querido. Altruísmo é fundamento do amor, e eu gosto de quem vive de amar. De amar o nascer e o pôr do sol, de amar receber um sorriso de uma criança, de amar pôr a mão embaixo do travesseiro por ser geladinho. E dividir os melhores prazeres com outro é o que, senão amor?

Eu amo quem sabe amar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Conselho de um velho apaixonado

Sim, o texto não é meu. Mas, como admirador convicto de Carlos Drummond de Andrade, precisei postá-lo, pois o achei de uma beleza verdadeiramente clara e simples. É que talvez se encaixe no gosto de alguns por estarem vivendo isto que será lido. Ou não, talvez a sinceridade e simplicidade do texto o atraia. De uma forma ou de outra, ele não pode deixar de ser lido.

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Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino: o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais. Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Falho cuidado

Na minha infância em que eu tive tudo o que precisei, mas longe de ter riquezas, meu passatempo favorito era o futebol. Não importa quando, onde, com quem, jogar futebol era uma paixão fundamentada em uma razão de estar em boas condições físicas: a bola.

Ela era minha companheira inseparável, sempre presente nas horas certas (e incertas). Porém, era de praxe que uma bola não tivesse mais do que uma semana de vida ao meu lado. Até então só me era permitido possuir bolas de péssima qualidade, leves e fracas, daquelas que o vento controla, e não você. Contudo, elas eram baratas, e minhas pechinchas semanais moeda por moeda de vinte e cinco centavos faziam com que elas fossem compradas aos montes nas mercearias. E assim eu perdia facilmente minhas paixões (as bolas) e as retomava com um pouco de dinheiro.

Num belo dia, cheguei da escola e quis jogar bola, mas minha vontade não foi saciada pelo fato de ter perdido três bolas nos últimos cinco dias. O dinheiro havia acabado, e eu estava impossibilitado de reaver a minha grande paixão, de repossuir a companhia mais prazerosa que existia: a bola de futebol. Em meio a esta grande agonia, catei alguma grana no meu roupeiro, e tive uma surpresa inacreditável: dentro dele estava guardada uma nova bola! E não era uma bola qualquer, não. Era uma réplica da bola da copa! Uma bola maravilhosamente bem acabada com um couro emborrachado e tão macio a ponto de tornar um chute um exercício ainda mais delicioso. Tinha mais precisão e mais força, além de não doer se batesse em alguém. A bola permitia um controle ainda mais tranqüilo dela mesma enquanto eu jogava. Foi um dos melhores presentes que o meu pai poderia ter me dado, pois unia desejo e necessidade. Ela era uma nova paixão perfeita em um momento perfeito.

Eu sabia que a bola havia sido cara, e seu valor para mim era enorme financeiramente e sentimentalmente. Ela era diferente e melhor que todas as outras paixões, quero dizer, bolas que eu já tive. Precisava de um cuidado extremo, e eu o tive durante uma semana. Jogava sozinho, não deixava ninguém tocar na bola a não ser com as mãos para admirar o que era somente meu. Eu não a dividia com ninguém, tinha medo que alguém não tivesse o mesmo zelo que eu tinha, e não queria que desfrutassem da minha paixão absoluta.

No entanto, cansado de tanto jogar futebol sozinho, decidi convidar uns meninos da vizinhança, a fim de compartilhar momentos perfeitos com aquela bola fenomenal. Além do mais, era uma oportunidade minha de demonstrar todo o futebol que eu tinha guardado por uma semana. Minha errônea generosidade, aliada à prepotência, ensinaram-me uma lição inesquecível.

Ao jogar com minha bola no meio da rua, corria o risco de perdê-la com um chute sem direção de algum tolo, ou de algum carro que a atropelasse. No fatídico momento em que a bola estava nos pés de um pé-torto, um ônibus vinha no caminho, já bem perto. Gritei: - segura a bola! Não a deixe escapar! - para o bobão que possuía o controle dela. E o retardado garoto parece não ter me ouvido. Quando o ônibus se aproximou, ouvi o som mais aterrorizante de toda a minha vida: “BUM!”

O próprio assassino imbecil trouxe para as minhas mãos aquilo que eu poderia chamar de um cadáver. A minha bola estava com um buraco enorme. Tanto faz como foi que ela explodiu, e que a culpa foi do moleque. Ele não poderia redimir-se com uma bola igual. Afinal, ela era inigualável, era a maior paixão que eu, um garoto de 10 anos, tive em toda a minha vida. E estava em minhas mãos totalmente inutilizável. Eu não tinha palavras, apenas lágrimas incessantes desciam pelo meu rosto naquele instante. Nada a fazer nem a falar, apenas chorar. Perdi meu grande amor. Porque dividi. Porque deixei sob o controle de outro alguém uma única vez, quando deveria estar sempre somente sob o meu controle. Estava apenas à minha vista, quando deveria estar nos meus braços. Sempre em meu braços.

domingo, 18 de setembro de 2011

Solução para o desalento

Este é um momento frio e sem nem um pouco sequer de acalanto. O coração sente-se pressionado e isto dá a entender que as próximas horas não serão de sensações agradáveis. Suportáveis, mas incrivelmente dolorosas. A primeira lágrima abre os portões pra que as outras se libertem e corram atrás dela, seguindo-a. E não imaginava-se que tantas delas estivessem tão presas.

De um parágrafo inicial tão, digamos, tenso, imagina-se que o escritor está num sofrimento inimaginável. Não é o caso. O turbilhão de emoções que é vivido num curto espaço de tempo necessita de libertação, mesmo que exagerada, mesmo que incosequente. E há diferentes formas para liberar tal angústia, mas o escritor escolheu… escrever. Ele há de recorrer, posteriormente, a todas as outras saídas para sentir-se melhor, mas a necessidade de criar um texto para simplesmente expôr o que se sente é gritante.

Em meio a tudo isso, uma revelação. De repente, como uma música de fundo que colore angustiantes minutos, toca Clair de Lune. E as doces notas da clássica composição de Debussy evidenciam: precisa-se de um abraço. Ou de um beijo. Ou de qualquer outro tipo de carinho do tamanho do sentimento de angústia que está presente. O importante e urgente é que esse sentimento canalize a péssima sensação para fora, para o vento levar embora. E que fique a ternura. E o esquecimento daquilo que é ruim. E que se essa sensação voltar, já se saiba o que fazer para expulsá-la. Que exista um porto-seguro para ancorar a tristeza.

E todos nós temos momentos como esse. Em que falta algo, mas não se sabe exatamente o quê. Mas, com algum tempo, descobrimos o que estamos precisando, e como tolos, esperamos que venha até nós. Não! Devemos buscar o que estamos ansiando. Correr atrás daquilo que nos causa bem, e ali abraçar e/ou beijar, e jogar fora o que há de ruim. Família, amigos, amores, seja quem for… são as pessoas que amamos (ou iremos amar) os canais-contra-o-desânimo. E o amor, o cuidado, o afeto são os ingredientes. Abrace quem te faz bem.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Momentaneamente eterna

A felicidade é pequena. Não no tamanho, não. Na forma como ela surge e como se desenvolve. Numa coisa mínima, num instante aparentemente igual a qualquer outro instante. De repente, acontece algo fantástico nesse instante. Algo que torna esse instante mais especial que todos os outros instantes. E me dá pena dos instantes em que algo especial não aconteceu. Dá pena porque esses instantes sentem-se inferiores ao instante especial. E eles não serão relembrados, o instante que se torna inesquecível é o que foi abrigo temporal para que algo especial se desenrolasse.

E quanto tempo dura um instante especial? Nunca se sabe. Pode durar 10 segundos, um minuto e meio, uma hora, 90 minutos, um dia. Porém, isso não importa. Não se precisa saber quanto tempo a felicidade vai precisar pra fazer com que um instante seja especial. O instante não diz: “ô felicidade, não sou muito grande, então tu não inventa de me esticar, sacou?”. Não! O instante tem o tamanho exatamente necessário pra felicidade caber nele, certinha.

E que acontecimento pode ocupar o instante? Qualquer coisa. A felicidade é metamorfa e pode vir na forma de um pacote de salgadinhos, de uma xícara de café, de um beijo molhado, de um abraço apertado, de um olhar impactante, de uma mensagem de texto inesperada (ou não), de uma cama, de um pôr-do-sol, de uma música, de uma viagem, de um prêmio da mega-sena, de um filme, de uma vitória inesquecível do time do coração, de uma oração, de um texto, de um presente, de um “Deus te abençoe”, de um “eu te amo”, de uma ligação, de um corte de cabelo, de unhas bem feitas, de uma casa arrumada, do cheiro de comida na panela... a felicidade se veste assim ou de muitos outros jeitos, mas ela aparece.

E em que momento do dia o instante está reservado pra se tornar especial? Nenhum está! A felicidade não tem hora pra se achegar. É que nem o parente ou vizinho chato que chega na sua casa sem você esperar ou convidar. Não escolhe hora nem minuto, chega quando tem que chegar. Invade o espaço inteiro sem pedir licença. Mas diferente do parente ou do vizinho, ela é prazerosa. Ela invade, mas quanto mais ela entra e toma conta de tudo, mais espaço você dá, mais você chama pra mostrar a sala de estar, a cozinha, o quarto e até o banheiro. “Vai felicidade, conheça tudo aí e se sinta em casa. Fique o tempo que quiser, de preferência, pra sempre.” Mas a felicidade é teimosa e insiste em sair de vez em quando, dando lugar a visitantes incômodos, como o vizinho pentelho. No entanto, ela sempre volta, por mais que demore, pra expulsar a chatice e te dar prazer novamente.

Improvável e maravilhosa é a tal da felicidade. Que às vezes adora ser inconstante nos instantes. E que, quando vai andar por aí, faz com que todos os instantes sejam iguais. E volta de viagem do nada, tornando certo instante inesquecível. E na verdade, ela quer tomar conta não apenas de alguns instantes, mas de todos. Tu só precisas arrumar um lugar confortável pra ela relaxar. Se deixares um cantinho sempre quente e aconchegante, ela fica, e faz com que todos os instantes se tornem especiais, que sejam lembrados eternamente.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Chance

Assume que depois de mim ficou tudo diferente. Porque eu sei que não era assim antes que eu entrasse na tua vida. Você é de um pavor intenso por sentimentos, mas antes que eu chegasse, era muito mais. Hoje você consegue se imaginar com alguém, sendo feliz, dando e recebendo amor. Amor de verdade, não aquele amor de araque que um dia afirmaram sentir por você, só pra te usar, pra usufruir do teu melhor. Eu falo de sentir amor puro, real, sincero. Daquele que você não acha sempre. Com aquela rara pessoa que te passa uma luz, te provoca sonhos e desejos há muito incrustados no teu petrificado coração.

Esse coração que só ficou duro pra evitar novas espetadas, novas feridas, novos cortes provocados por navalhas, por tesouras. Pois feito pedra, não há quem o consiga perfurar. Contudo, conhece aquele jogo da pedra, do papel e da tesoura? A pedra consegue quebrar a tesoura. Mas o papel encobre, embrulha, envolve a pedra. Ao ver esses verbos, logo podemos associá-los à proteção, e a proteção ao cuidado. Pois é disso que esse coração precisa. De alguém que o proteja e o cuide, e assim as feridas curam por si sós.

Vem. Vem pra que eu seja como o papel. Pra que eu te cubra, e assim a frieza se vá. Os meus braços estão te esperando ansiosamente, há muito tempo, bem mais do que pensas. Neles tu vais encontrar o que precisas, e tanto mais que nem imaginas. A partir do momento em que se envolvestes neles, não serão somente meus, serão também teus. E não precisa dizer nada, basta só vir. Em silêncio, em poucas palavras, com barulhos sutis. No entanto, não se demore, pois cansei de perder tempo. Cansei de desperdiçar a mim mesmo em outros abraços que nada de bom me trouxeram. Cansei de esperar por ti, porque quero teu abraço, só pra mim, pra não dividir mais. Pra te fazer descansar sem medo de novas tesouras. Pra ser meu ponto de paz.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ela, para ela

Sem mais nada além do olhar não muito fixo e o semblante sonolento, chega com a intenção de conquistar, mas com a certeza de que já tem. Possessiva, porém tão irresistível a ponto de me fazer cair de quatro à sua frente e implorar pra que ela me domine, me controle, me use.

Louca, é tão cheia de si que poderia ser irritante. E é. Grossa, por vezes insensível e em certos momentos, violenta. Passa dos limites quando se trata de amor próprio e auto-estima. Tem pra si que é apaixonante e perigosa, que com ela pode-se encontrar a paz e a agonia. Se tentares tê-la, exige total dedicação tua, e ai de ti se não assim fizer. Usará todo o seu leque de astúcia para te fazer babar por ela.

Tudo para esconder a fragilidade que existe dentro de si. A simples vontade de uma menina-mulher que só quer ter alguém pra cuidar. Uma bobinha que ri do mundo, e ao mesmo tempo chora pelo mundo. Pois, no fundo, ela é doce e totalmente entregue quando colocada entre braços quentes e acolhedores. Os meus braços. Os que afastam dela o perigo, as incertezas e as dores causadas por quem usou os braços para machucar, não para acalentar.

É neles que ela pode liberar seu veneno e seu ardente calor, assim como sua doçura e o encanto que ela, como um todo, provoca em mim. São as suas virtudes e suas falhas que me mantém demasiadamente contaminado... e assim estarei, sem mais.

sábado, 21 de maio de 2011

Para que fique claro

É óbvio o meu querer por ti. Tão óbvio quanto o sol nascer triunfante, quando nem um céu lotado de nuvens consegue interferir que o dia vença a noite. E ver o sol nascer me dá a esperança de um novo dia, porém um novo dia que viverei sem você. Um novo dia que é como uma noite fria, sem calor, com um aconchego que provavelmente não se compara ao que tu poderias me dar.

Quando chega a hora de encarar as tarefas diárias, surge em mim um vazio tal que nada preenche. É o espaço que surge depois que penso em ti. Que sei que está linda, que está bem, que está levantando da cama. E que não está pensando em mim. A partir daí, toda a alegria de viver transforma-se em desencanto, de forma que sinto vontade de abandonar tudo e voltar para minha casa, para o meio dos cobertores, para minha reclusão. Que nada resolve, assim como a comida e as pessoas ao meu redor. Nada completa essa lacuna, só você. E dói tremendamente saber que tudo isso, pra você, não faz a menor diferença.

Não sei se fica explícito o que sinto. Ah, mas só queria que soubesses o quanto te desejo. Pois é meu sonho te fazer feliz, te ver sorrir comigo. Tudo vai ganhar cor, calor, graça. Gostaria de saber o que falta pra entenderes isto. Bobinha, és como um pequeno anjo que me traz beleza, que diariamente sorri pra mim e me faz entender que a vida é linda, como você.

É óbvio o meu querer por ti.

domingo, 15 de maio de 2011

Lúcida loucura

Para que viver sobre paradigmas? Para que estar preso a conceitos criados por si mesmo? Sempre existirão motivos para desacreditar no que se acredita, para se duvidar do que se pensa e para cair de cabeça no que se considera improvável, inconseqüente, estúpido.

Sempre pensei e ainda penso que é tolice apaixonar-se em pouco tempo por alguém. Nem distinguimos bem esse alguém numa multidão, mal sabemos como ele é, mas não sai da cabeça de que esse alguém que nem conhecemos o nome completo nos fará felizes e realizados. O medo de quebrar a cara com esses pensamentos é o que muitas vezes nos deixa com um pé, ou com os dois pés atrás. Tal empecilho paira em minha vida até conhecer um alguém que me faça desistir do que sei que é certo.

E agora faço desvarios, rompo com o mundo e queimo meus navios, como diria Chico Buarque. São comidas sem sabores, livros sem sentidos, a concentração totalmente corrompida por causa de um alguém que não pede licença e controla os seus gostos, as suas reflexões. Mas isto não tem sentido! Não tem. Lógico, não resta dúvidas de que é paixão. Quase loucura, nunca se sabe a diferença.

E os detalhes passam a fazer toda a diferença; os olhares, as palavras, os gestos, tudo faz com que eu me apaixone ainda mais. Torno-me então um completo bobo sem direção, rumando para um caminho obscuro, que nunca se sabe o final. E deleitando-me. E provando dos perigos que o caminho trás. E gostando ainda mais. E saciando-me. E perco totalmente o controle sobre mim... e sou dela.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tradição x Momento

Deixo a opinião logo de cara: aprovo o feito de Chico César em impedir que o governo financie bandas de forró e duplas de sertanejo universitário no São João do estado. Motivos? Vamos lá…

É reconhecido o quanto as bandas de forró denigrem a imagem da mulher e do sexo, utilizando formas que chegam até a ser abusivas, com intuito de fazer sucesso. E conseguem! Agradam a majoritária parte da população, levando as massas a lotarem os shows. Mas isso não combina com a belíssima tradição nordestina de fazer música divertida e de qualidade. Chico contrasta com essa história, com a qualidade da música que sempre fez e viu o Nordeste fazer para o Brasil. É uma posição que se deveria esperar dele. Não acredito também que classificando como “forró de plástico” ele esteja desrespeitando a música que tais bandas fazem. Primeiro, porque é totalmente diferente do forró habitual, e depois, as próprias músicas já são um desrespeito!

O secretário de Cultura do estado está tentando resgatar elementos tradicionais nordestinos que têm se perdido através dos tempos, muitos por causa da influência das bandas de forró. A riquíssima cultura do Nordeste é muito mais aproveitada durante as festas juninas, enquanto o forró das bandas faz sucesso durante todo o ano. Como um nordestino arretado, eu sinto vergonha de que a música daqui se transforme de “tô com saudade docê” para “lapada na rachada”, se resumindo cada vez mais a isso.

A grande questão é que com essa decisão, ele impede que o povo paraibano escolha suas músicas, faz com que perca o direito de decidir. E, por si só, cria uma grande antipatia do povo para com ele e o governo do estado, pondo em risco novos eventos para o futuro. Ao meu ver, ele acertou. No entanto, até que chegue o São João, essa discussão ainda vai dar muito pano pra manga.

domingo, 3 de abril de 2011

Como um beija-flor

Como um beija-flor. Elétrico, ligado, batendo as asas oitenta vezes por segundo, desenhando infinitos oitos no ar. Com o coração pulsando cento e vinte vezes por minuto.

É assim que se deve estar. Despertando à luz do sol, absorvendo o máximo de brilho que puder. Ardendo na vontade de alçar vôos precisos. Percorrer todo o caminho que lhe vier à frente. E ao cair da noite, repousar para que o outro dia seja uma nova experiência inesquecível.

Porém nunca estagnar, parar e não continuar. Mesmo com a melancólica chegada do desânimo, devem-se procurar alternativas para vencê-lo. Fazer com que o coração retome o ritmo acelerado, produzindo emoções intensas e injetando novos estímulos para seguir em frente.

Qualquer que seja o estímulo (seja uma boa conversa recheada de risadas, um filme em deliciosa companhia, um texto de um blog...), faz com que ele surta o efeito desejado. Volta a bater tuas asas oitenta vezes por segundo. Voa buscando novos e excitantes ares. Encontra o doce néctar das melhores flores. Como um beija-for.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O que há de oculto por trás dos olhos

- Oi amigo, tudo bem?

- Tudo sim.

- Você parece triste, está se sentindo bem?

“Sinceramente, não. Sou completamente apaixonado por você, porém você não me dá a mínima atenção que espero. Sonho em te abraçar, te ensinar coisas de vida, te fazer eternas declarações de amor, te fazer esperar por mim num fim de tarde. Cair em teus braços depois de um dia intenso que me fez cansar, e encontrar em você meu descanso, minha paz, minha alegria. Espero te ter entre os meus braços com a certeza de que você é minha, e que mais nada vai te tirar daquele lugar. Fazer-te ter os sonhos mais lindos, e em troca apenas quero seu carinho. Saber que, todas as vezes que o sol nasce, é para iluminar seu rosto, para que eu possa ver que toda a beleza existente no mundo resolveu se unir e formar você”.

- Sim, obrigado por se importar, eu estou bem.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Criativo (?)

Vou sugerir que alguém realize o concurso de “Blog Mais Desatualizado do País”, ou quem sabe “Blogueiro Mais Preguiçoso do Brasil”. Com certeza o dono deste seria um forte candidato ao título.

Meses sem um mísero texto, tanto tempo e assunto perdidos por causa da preguiça de um reles escritor que almeja ser jornalista. Piada? Não, tudo vai mudar daqui para a frente. A esperança de atualizações mais frequentes paira sobre os interessados na simples diversão e prazer de ler textos divertidos e instigantes (ou não).

Quando o desânimo bate, ele prejudica um fator essencial para a escrita: a criatividade. Cada vez mais escassa, ela relampeja em raros momentos na mente. Mas o clima de férias e a crescente ansiedade para saber se ingressarei ou não na Universidade fizeram com que a criatividade, como num passe de mágica, desse o ar da graça. E aqui estou eu, postando sobre não postar.

Já que o componente que mais estava em falta se fez presente, sem demora, novas histórias, pensamentos e desvarios surgirão. Não digo com certeza que serei criativo, mas a culpa não será minha; será da minha amiga criatividade, às efêmera, às vezes constante.