Foi um jogo morno. Com o Brasil já classificado e Portugal jogando pelo empate, a partida sem grandes emoções serviu apenas para o cumprimento de tabela.
Mas não deveria ter sido assim. O Brasil deveria ter mostrado que, mesmo com a classificação garantida, estava ali para vencer, para fazer gols, mostrar que é a melhor do mundo e da copa. E creio que tenha tentado, mas é claro que Portugal não iria permitir que a seleção brasileira o vencesse, e não permitiu. Souberam como neutralizar as duas laterais, e o Brasil, sem Kaká e com Julio Baptista fora do jogo, não conseguiu atacar pelo meio, congestionado, e teve quase nenhuma criatividade para jogadas diferentes e inovadoras. As jogadas individuais ficaram por conta de Nilmar, mas bem marcado, foi parado constantemente pela marcação lusa.
O jogo foi truncado, sem espaços para nenhuma das equipes. O destaque do jogo foi o duelo entre os capitães Lúcio e Cristiano Ronaldo. Ao final da partida o “gajo” foi eleito o melhor do jogo. Luís Fabiano não recebeu bolas em condições de marcar, dada a falta de qualidade dos responsáveis por isso. Em Portugal, muita movimentação dos atacantes, mas dificuldade para encontrar falhas na impecável defesa brasileira. Com exceção de Michel Bastos, mal na marcação e no apoio, a defesa brasileira esteve muito bem postada, como de costume. Porém, se atrás o Brasil estava muito bem, na frente o Brasil deixava muito a desejar, pois a dificuldade na criação de jogadas diferenciadas era evidente.
Esse é o grande problema da seleção de Dunga. A falta de criatividade. É um time pragmático, consistente, forte defensivamente. Mas peca naquilo que sempre foi peculiar dos brasileiros: a habilidade. O único capaz de realizar tais jogadas é Robinho. Os outros ficam na dependência da tática, daquilo que foi treinado, estudado, observado. Eles têm que repetir o que é feito nos treinos, e não têm capacidade de criar coisas novas no decorrer da partida. Isso, sem dúvidas, gerará difculdades nas próximas partidas, que serão contra equipes de alto nível e habilidosas. Resta saber se jogando assim o Brasil chegará na final. Eu acho difícil.