Deixo a opinião logo de cara: aprovo o feito de Chico César em impedir que o governo financie bandas de forró e duplas de sertanejo universitário no São João do estado. Motivos? Vamos lá…
É reconhecido o quanto as bandas de forró denigrem a imagem da mulher e do sexo, utilizando formas que chegam até a ser abusivas, com intuito de fazer sucesso. E conseguem! Agradam a majoritária parte da população, levando as massas a lotarem os shows. Mas isso não combina com a belíssima tradição nordestina de fazer música divertida e de qualidade. Chico contrasta com essa história, com a qualidade da música que sempre fez e viu o Nordeste fazer para o Brasil. É uma posição que se deveria esperar dele. Não acredito também que classificando como “forró de plástico” ele esteja desrespeitando a música que tais bandas fazem. Primeiro, porque é totalmente diferente do forró habitual, e depois, as próprias músicas já são um desrespeito!
O secretário de Cultura do estado está tentando resgatar elementos tradicionais nordestinos que têm se perdido através dos tempos, muitos por causa da influência das bandas de forró. A riquíssima cultura do Nordeste é muito mais aproveitada durante as festas juninas, enquanto o forró das bandas faz sucesso durante todo o ano. Como um nordestino arretado, eu sinto vergonha de que a música daqui se transforme de “tô com saudade docê” para “lapada na rachada”, se resumindo cada vez mais a isso.
A grande questão é que com essa decisão, ele impede que o povo paraibano escolha suas músicas, faz com que perca o direito de decidir. E, por si só, cria uma grande antipatia do povo para com ele e o governo do estado, pondo em risco novos eventos para o futuro. Ao meu ver, ele acertou. No entanto, até que chegue o São João, essa discussão ainda vai dar muito pano pra manga.